Introdução
Esta visita de estudo foi realizada no Parque Paleozóico de Valongo, pelas 3 turmas do 10º ano do ensino secundário do curso científico-humanístico da escola Didáxis de Riba D’Ave. A nossa turma realizou a visita no dia 3 de Fevereiro de 2010.
Tinha como intenção aprofundar os conhecimentos dos alunos em diversas áreas, tais como: tipo de enquadramentos geológicos da região visitada, tipo de fosseis e tipo de rochas características da região.
Primeiramente, tivemos no centro interpretativo, onde fomos elucidados sobre a historia do centro e da região de Valongo. O centro é um edifício recuperado de um antigo moinho e serração hidraulicos e Valongo ja esteve coberto por mar.
Enquadramento geológico do parque Paleozóico de Valongo
Valongo, à excepção de alguns terraços fluviais e dos aluviões de rio, são de idade Paleozóica ou mais antiga, com idades superiores a 280 milhões de anos.
As rochas existentes nesta região têm idades compreendidas entre o Pré-câmbrico ao Carbonífero. Após a sedimentação do Paleozóico de fácies marinha, a actuação da 1ª fase da orogenia hercínica originou a estruturação de uma estrutura chamada de “ Anticlinal de Valongo”, assim como dobras secundárias. Trata-se de uma grande dobra assimétrica.
A palavra orogenia refere-se aos processos tectónicos que afectaram a crusta terrestre ao longo dos tempos geológicos e que ocorreram em períodos determinados, dando origem ao aparecimento das grandes cadeias de montanhas, como os Himalaias. Actualmente considera-se que ocorreram três grandes orogenias principais: Caledónica, Hercínica e Alpina. Esta última foi a responsável pelo aparecimento dos Alpes e dos Pirenéus.
O Anticlinal de Valongo é uma dobra antiforma com os flancos assimétricos prolongando-se por uma extensão de cerca de 50km até Castro Daire. No Parque a parte central é ocupada pelo vale do Rio Ferreira. A oeste instalou-se uma bacia continental onde se depositaram as formações do carbonífero.
Descrição das paragens efectuadas
Depois de sairmos do centro interpretativo, fomos para o parque e efectuamos as seguintes paragens:
· 1ª Paragem – Observou-se uma falha. Esta falha deve-se ao facto de existir uma camada de recristalização. Determinou-se o seu sentido ao passar a mão pela falha e sentir que a aspereza da falha era ascendente (de baixo para cima). Isto diz-nos que o afloramento que se encontrava debaixo de nós tinha descido em relação ao outro; Viu-se a foliação do xisto (imagem à direita) e das diaclases e notou-se que o xisto é uma rocha frágil e que apresenta uma foliação característica: a xistosidade;
· 2ª Paragem – Devida à insistência da turma, a guia mostrou-nos um fojo (que ficava no caminho da visita), que é um local onde existia um filão. Este filão era enorme pois, como nos foi descrito, a sua extensão era desde o fojo até a uma serra que se encontrava no outro lado;
· 3ª Paragem – Observou-se Ripple marks (marcas da ondulação)
Como já foi referido o local do parque já foi coberto por mar, e estas marcas são deixadas pela ondulação na areia(imagem à direita), que depois são preservadas nas rochas, depois destas sedimentarem;
· 4ª Paragem – Analisou-se uma dobra onde eram bem nítidos os estratos.
Havia presença de quartzito que é um rocha mais resistente que o xisto anteriormente visto;
· 5ª Paragem – Viu-se um filão de quartzo com pirite. A pirite (imagem à direita) é uma rocha
chamada “ouro dos tolos” devida as suas semelhanças com o ouro em termos da cor. As diferenças da pirite para o ouro são a forma e a densidade;
· 6ª Paragem – Observou-se um conglomerado( imagem à direita) que é uma rocha constituída por grãos de quartzo e cimento silicioso. A sua formação ocorre devida à diagenese;
· 7ª Paragem – Por fim, a guia mostrou-nos cristas quartziticas no cimo da serra.
Comentários finais
Achamos a visita de estudo bastante enriquecedora.
Achamos fascinante o facto de aquela região já ter estado coberta por água e também o facto dos filões de rochas terem sido de grandes dimensões, como nos foi dito.
A viagem também foi muito divertida e pensamos que todos gostaram de a aproveitar.
Devíamos realizar mais visitas de estudo desde que sejam tão fascinantes, divertidas e gratificantes como esta foi.Fontes: Texto: informações retiradas do site http://www.paleozoicovalongo.com/local.swf, de folhetos e de apontamentos feitos durante a visita de estudo. Imagens cedidas pelo grupo de Márcia Lemos e Sofia Gomes e pelo grupo de David e Hugo.